Leia Lucas 1.57-80

Louvado seja o Senhor, o Deus de Israel, porque visitou e redimiu o seu povo. (LUCAS 1.68)

Nós, seres humanos, não sabemos bem como manter em equilíbrio misericórdia e poder. Aqueles que conquistam o poder muitas vezes dele desfrutam e tendem a querer mais, ao passo que aqueles que são graciosos tendem a abrir mão do poder (ou a vê-lo ser tirado de si). Sem dúvida há exceções, mas, na ampla maioria das vezes, nós sabemos e podemos observar que esse equilíbrio não é algo fácil de ser alcançado. Deus, porém, ao contrário de nós, de alguma forma é tanto o mais poderoso quanto o mais misericordioso, além de perfeito em exibir cada uma dessas virtudes.

Vemos o poder gracioso de Deus destacado de várias maneiras na história sobre o nascimento e os primeiros dias de João Batista. Na verdade, esse tema do poder gracioso está oculto aos nossos olhos de leitores. Aprendemos que Isabel quer chamar o menino de João, de acordo com a mensagem de Gabriel para Zacarias (Lucas 1.13). Aqueles ao seu redor ficam surpresos; sua atitude não combinava com o costume da época, de dar a uma criança o nome de alguém da família. Então, por que esse nome “João” (Yohanan, no hebraico)? Ele significa “Deus é misericordioso”, e este menino proclamará as obras graciosas de Deus em favor do mundo inteiro.

Zacarias não conseguia falar desde o dia em que soube que sua esposa teria um filho. Mas, assim que ele escreve o nome do menino, recupera a fala e explode em louvor. Por este sinal, as pessoas sabem que se trata de um menino especial. E se perguntam: O que ele será?

Zacarias, porém, lança o olhar das pessoas na direção certa. Sim, o menino tem um papel especial, mas o Senhor deve ser louvado. O poderoso Senhor de tudo “virá até nós”, diz Zacarias, e estará no meio de seu povo.

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Contudo, a demonstração de poder do Senhor não será opressora. Em vez disso, será libertadora. O Senhor “levantou um chifre de salvação” para “mostrar misericórdia aos nossos antepassados” e para “nos resgatar”.

A ideia de Deus mostrando misericórdia está ligada à ideia de o povo de Deus estar em pecado. Como seus antepassados, que receberam profecias semelhantes (1Samuel 2.10; Miqueias 7.20; Ezequiel 16.60), eles merecem punição, mas recebem um derramar de graça.

Por que Deus faz isso? Para que possamos servi-lo. Este é um dom para que possamos experimentar verdadeiramente “Deus conosco”. O cântico de Zacarias promete o perdão de nossos pecados e iluminação para nos guiar no “caminho da paz”. À medida que prossegue em seu evangelho, Lucas retomará esses temas muitas vezes, destacando como a vinda do Messias traz restauração e justiça — paz verdadeira e duradoura.

Madison N. Pierce é professora associada de Novo Testamento no Western Theological Seminary. Entre seus livros está a obra Divine Discourse in the Epistle to the Hebrews.

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