Muitos amantes das Olimpíadas descobrem que seus atletas favoritos também amam Jesus por meio de postagens nas redes sociais ou de entrevistas que são feitas após sua performance bem-sucedida nas quadras, nas pistas, nos campos ou nas piscinas dos jogos. No entanto, a grande maioria dos cristãos que competem nas Olimpíadas não acabará no pódio.

Para muitos desses atletas, simplesmente conseguir participar dos Jogos será um testemunho de superação de lesões, de desafios de saúde mental ou do luto pela perda de entes queridos. Abaixo estão as histórias de atletas cristãos de 13 esportes e de 20 nações diferentes, todos ansiosos para inspirar orgulho em seus países — e em seu Senhor.

Reportagem de Annie Meldrum, Isabel Ong, Angela Lu Fulton, Franco Iacomini, Mariana Albuquerque e Morgan Lee.

Badminton

Anthony Sinisuka Ginting (Indonésia)

Conhecido como o “matador de gigantes” do badminton, por derrotar os maiores astros do esporte, Anthony Sinisuka Ginting levou para casa a medalha de bronze no individual masculino de badminton, em Tóquio. Este ano, ele está de volta às Olimpíadas acompanhado de Jonathan Christie, jogador de badminton que é seu colega indonésio e também cristão.

Ginting nasceu em Cimahi, em Java Ocidental, e é de etnia Karo, um grupo étnico do norte de Sumatra, onde os cristãos representam 70% da população. Seu pai o apresentou ao badminton quando Ginting tinha apenas cinco anos, e ele passou, então, a competir aos nove. Daí em diante, ganhou medalhas e venceu inúmeras competições.

No Instagram, Ginting não esconde sua fé. Em uma postagem de março, ele mencionou ter terminado em segundo lugar, atrás de Christie, no All England Open, escrevendo: “Obrigado, Jesus, pela tua bondade. Tudo foi além da minha expectativa.” Em resposta, Christie comentou: “Juntos escrevemos a história que nunca imaginamos, Deus é bom em todo tempo.”

Basquete

Kayla Alexander, Canadá

A jogadora de basquete da equipe canadense, Kayla Alexander, 33 anos, frequentemente escreve no Instagram e em seu blog sobre como Deus direcionou sua carreira. “Deus superou cada sonho que tive quando criança, de maneiras que nunca imaginei que fossem possíveis”, escreveu ela, em 2018.

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A estrela do time já jogou na WNBA (Associação Nacional de Basquetebol Feminino) e atualmente está no time profissional espanhol do Valencia Basket — um lugar onde ela nunca imaginou estar, quando tinha 12 anos e não foi nada bem-sucedida em sua primeira tentativa de entrar no basquete. Em 2020, ela sofreu lesões no joelho que a deixaram fora das quadras e muito abalada. Mas sua fé em Deus a manteve motivada: “Infelizmente, acontecem coisas que não fazem sentido, não entendemos a razão ou o porquê, mas acredito que [Deus] faz tudo para o bem e a glória dele.”

Quando o Japão derrotou o Canadá, no torneio de qualificação para as Olímpiadas, Alexander pensou que suas esperanças olímpicas estivessem destruídas. Mas a equipe se recuperou, terminando em terceiro lugar e garantindo uma vaga na qualificação. “Deus disse que nossa jornada ainda não tinha acabado! Quando disserem que Ele trabalha de maneiras misteriosas, que esse episódio sirva de exemplo!” declarou ela.

Carlik Jones, Sudão do Sul

Desde que se tornou uma nação independente, há 12 anos, o Sudão do Sul tem enfrentado conflitos e desastres humanitários. No entanto, neste ano, o país está enviando sua primeira seleção de basquete para as Olimpíadas, liderada por Carlik Jones, 26 anos, cujo sangue sul-sudanês vem da mãe.

Jones, que já jogou pelo Chicago Bulls e atualmente está no Zhejiang Golden Bulls, nasceu com uma condição cerebral que o afastou dos esportes competitivos por vários anos, pois uma concussão poderia deixá-lo gravemente ferido. Mais tarde, na segunda série, os médicos o liberaram para a prática esportiva e sua carreira no basquete começou a partir daí.

Jones frequentemente menciona Deus em suas redes sociais. “Estou colocando minha confiança e fé em DEUS, deixando Ele me guiar”, tuitou, em outubro de 2022. No mês seguinte, ele escreveu, “EU SOU EXTREMAMENTE ABENÇOADO, OBRIGADO, DEUS,” e no mês seguinte, “DEUS, VOCÊ É INCRÍVEL.”

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Apesar da falta de experiência internacional de sua equipe, Jones acredita neles. “O Sudão do Sul é subestimado, seu povo é subestimado e nós como time somos subestimados”, disse ele, no ano passado. “Estamos apenas tentando colocar o Sudão do Sul no mapa.”

Boxe

Saidel Horta, Cuba

Saidel Horta conquistou a medalha de prata no Campeonato Mundial de Boxe de 2023 e garantiu sua qualificação olímpica na categoria peso-pena, no mesmo ano, durante os Jogos Pan-Americanos. Mas, em 2021, Horta havia cogitado se aposentar. Depois de perder um lugar no pódio da categoria juvenil, ele se perguntou se era bom o suficiente para competir no nível da elite do esporte. No final das contas, seu amor pelo boxe o motivou a continuar treinando, levando a seu forte desempenho em 2023, que culminou em uma vaga olímpica.

Com apenas 21 anos, Horta hoje é reconhecido como um dos defensores da estimada tradição do boxe cubano. Em uma foto nas redes sociais, o atleta está dentro do ringue com a mão levantada para o céu. A legenda da foto parafraseia o Salmo 121: “Meu socorro vem do alto.” Em outra postagem, ele escreveu: “Deus, toda honra e toda glória a ti.”

Ginástica artística

Aleah Finnegan, Filipinas

Aleah Finnegan, 21 anos, é a primeira ginasta feminina das Filipinas a se qualificar para as Olimpíadas desde 1964. (Vários meses depois, Emma Malabuyo, outra ginasta filipino-americana, também se qualificou.)

“Obrigada pela oportunidade de representar este belo país... Deus seja louvado!”, ela escreveu na legenda de uma foto no Instagram em que segura a bandeira das Filipinas.

Finnegan é filipina por parte de mãe e representou os EUA de 2019 a 2021. Em 2021, ela se aposentou da ginástica de elite para competir em nível universitário na Louisiana State University. Um ano depois, ela mudou de nacionalidade, assumindo a nacionalidade filipina.

No Campeonato Nacional da NCAA (Associação Atlética Universitária Nacional) de 2024, as altas pontuações de Finnegan ajudaram a equipe de ginástica da Louisiana State University a conquistar o título de campeã pela primeira vez na história do campeonato.

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“É OBRA DE DEUS!! SOMOS CAMPEÃS NACIONAIS!!” ela escreveu, celebrando a vitória. “Obrigada, Jesus, por nos permitir competir por algo muito maior do que nós mesmas.”

Brody Malone, EUA

Depois de passar por uma terceira cirurgia na perna direita, apenas um ano atrás, as chances de Brody Malone para as Olimpíadas de 2024 não pareciam boas. Ele deslocou o joelho depois de uma aterrissagem malfeita que o deixou com uma fratura na tíbia e vários ligamentos rompidos.

Hoje, pouco mais de um ano depois, ele venceu a competição geral de ginástica dos EUA e está a caminho de sua segunda Olimpíada. Após terminar em quarto lugar na competição de barra fixa em Tóquio, ele tem como objetivo conquistar uma medalha em Paris.

Malone teve um processo de recuperação brutal — ele essencialmente teve de “reaprender a andar.” Sua vida pessoal também não tem sido livre de provações. Sua mãe faleceu de câncer em 2012, e em 2019, sua madrasta morreu de aneurisma cerebral.

Ainda assim, ele continua louvando a Deus.

“Eu só tenho que dar toda a glória a Deus,” disse ele, no início deste ano. “É tudo obra dele... Então, eu só quero agradecer a ele por isso.”

Judô

Geronay Whitebooi, África do Sul

A judoca Geronay Whitebooi já passou por muita coisa na vida para poupar palavras. Quando recentemente terminou em segundo lugar no Marrakech Africa Open 2024, ela postou uma foto de si mesma, após o torneio, com uma expressão séria no rosto.

“Meu coração desejava a medalha de ouro, mas não era o plano que Deus tinha para mim hoje. DEUS é minha força e poder,” escreveu ela em uma longa postagem no Instagram. “DEUS está comigo e dentro de mim.”

Whitebooi, que também se qualificou para as Olimpíadas em 2021, ganhou vários títulos em torneios africanos e europeus. No entanto, para chegar a este ponto em sua carreira no judô, ela disse que teve de abrir mão de sua vida social e passar um tempo longe da família, especialmente quando enfrentou perdas trágicas de dois membros da família: seu pai, quando ela tinha 13 anos, e sua irmã, há dois anos.

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“A medalha representa com orgulho mais um esforço que fiz para quebrar barreiras, mas é uma medalha para a qual olho com tristeza, porque deixei minha irmã orgulhosa, mas não estive presente o suficiente para minha família e para mim mesma durante esse tempo,” disse ela sobre sua vitória na Copa Europeia Sênior de 2022.

“Nossa dor tem um propósito,” ela escreveu recentemente. “Também podemos nos alegrar quando enfrentamos problemas e tribulações, pois sabemos que nos ajudam a desenvolver perseverança.”

Rúgbi

Siya Kolisi, África do Sul

Siya Kolisi, capitão da seleção de rúgbi da África do Sul que venceu a Copa do Mundo por duas vezes consecutivas, agora lidera sua equipe nas Olimpíadas. Quando tinha 15 anos, sua mãe morreu, e teve uma infância marcada pela pobreza, o que o fez se questionar se conseguiria fazer uma faculdade. Mas, no ensino médio, ele foi descoberto e recebeu uma bolsa de estudos para jogar rúgbi.

Por vários anos, os esportes se tornaram sua prioridade, e ele deixou a tentação e o pecado influenciarem algumas de suas decisões. Embora sua avó o tenha criado como cristão, ele não se apropriou de sua fé até ficar mais velho. No entanto, quando sua luta contra o abuso de álcool veio à tona, ele chegou a uma conclusão: “Eu sabia que tinha de mudar de vida ou perderia tudo. Decidi perder minha vida e encontrá-la em Cristo.”

Kolisi dá créditos a sua fé quando lida com contratempos, entre os quais menciona uma ruptura parcial do ligamento cruzado anterior, explicando que seu “alicerce está em Deus” e que ele encontrou paz ao ler a Bíblia e orar. Ele e a esposa também lideram uma instituição que combate a desigualdade na África do Sul.

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Jerry Tuwai, Fiji

O jogador de rúgbi fijiano Jerry Tuwai, 35 anos, liderou suas equipes na conquista do ouro no Rio de Janeiro, em 2016 — a primeira vitória olímpica do país— e em Tóquio. Em ambas as vezes, Tuwai e seus companheiros de equipe se abraçaram em um círculo e cantaram o hino tradicional “We Shall Overcome,” ou, como é conhecido em Fiji, “E Da Sa Qaqa.” A letra diz: “Nós vencemos / Pelo sangue do Cordeiro / E a palavra do Senhor.”

“Sempre começamos... e sempre terminamos com nossas orações e canções. Essa canção diz que nosso Deus é um Deus amoroso,” disse Tuwai.

Tuwai cresceu em um dos distritos mais pobres nos arredores de Suva, capital de Fiji, e vivia em uma casa de um cômodo com paredes de chapa de ferro ondulado. Ele usava garrafas plásticas ou roupas emboladas como bola de rúgbi. Quando perguntado o que o fez ter sucesso no esporte, Tuwai creditou [seu sucesso] à disciplina e à dependência de Deus.

Em janeiro, Tuwai foi cortado do time de Rúgbi Sevens de Fiji, por não estar com o condicionamento físico esperado. Seis meses depois, foi anunciado como capitão da equipe para Paris — justo quando Tuwai pensava que sua carreira no rúgbi havia acabado. “Você tem planos, mas Deus tem outro plano para nós... talvez seja este e talvez seja o próximo grande evento,” ele disse. “Eu não sei. Só Deus sabe.”

Skateboarding

Rayssa Leal, Brasil

Com apenas 7 anos, Rayssa Leal teve seu primeiro momento de fama, quando um vídeo mostrando a estudante de ensino fundamental vestida de fada e executando um heelflip perfeito foi compartilhado por Tony Hawk, um dos maiores nomes do skate mundial.

Aos 11 anos, Rayssa já competia internacionalmente e, aos 13, tornou-se a mais jovem medalhista olímpica do Brasil, ganhando a prata na categoria street skateboarding no Japão, em 2021. “Obrigada, Deus, por me dar a oportunidade de fazer o que eu amo!”, ela escreveu na noite anterior à competição.

Em dezembro passado, Rayssa alcançou a maior pontuação de sua carreira, na final do SLS Super Crown, em São Paulo. “Toda honra e glória a Deus”, escreveu ela. Hoje, aos 16 anos, a garota que frequenta uma igreja Batista em Imperatriz, no estado do Maranhão, está de olho no ouro.

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Futebol

Rasheedat Ajibade, Nigéria

Na final do torneio de qualificação olímpica, Rasheedat Ajibade marcou o gol da vitória — e o único — que levou a seleção feminina de futebol da Nigéria a Paris, em sua primeira participação nos Jogos desde 2008.

Ajibade comemorou sua vitória com uma camiseta que dizia: “Jesus Revelado, Jesus Glorificado, Aleluia”; na legenda de uma foto pós-jogo, ela escreveu: “SÓ A TI, SENHOR, SEJA TODA A GLÓRIA. O MANDATO CONTINUA CRISTALINO COMO ÁGUA.”

Apesar dessas declarações ousadas, Ajibade se vê como uma pessoa reservada e muitas vezes recorre a expedientes como pintar o cabelo de azul para expressar sua personalidade. Para ela, seu cabelo é uma referência às suas lutas contra a depressão na adolescência e um símbolo de seu encorajamento no sentido de que todos podem superar suas dificuldades de saúde mental.

Ajibade começou sua carreira profissional no futebol aos 13 anos. Em 2022, ela terminou como artilheira da Copa Africana Feminina de Nações. Ela também joga pelo Atlético de Madrid, que venceu a Copa da Rainha em 2023.

Apesar de seu sucesso, Ajibade continua atenta aos menos favorecidos em seu país. No ano passado, ela visitou uma favela em Lagos, escrevendo posteriormente: “Nossa missão era dupla: estender atos de bondade e compartilhar a luz do evangelho (Marcos 16.15).”

Taishi Brandon Nozawa, Japão

Em um país onde apenas 1% da população é cristã, o goleiro de 21 anos do Japão, Taishi Brandon Nozawa, está comprometido em usar sua plataforma para compartilhar sua fé. Sua conta no Instagram mostra imagens dele no campo de futebol intercaladas com versículos bíblicos, reflexões sobre seus devocionais e uma canção de adoração.

Sob a imagem de uma citação de Charles Spurgeon “Seja uma Bíblia ambulante,” Nozawa escreveu: “Para os cristãos, a Bíblia é lâmpada e luz que ilumina o caminho que percorremos. No entanto, para aqueles que não leem a Bíblia, ela não é luz. Então, o que faremos? Devemos nos tornar uma Bíblia que é lida por nossos próximos e, assim, nos tornamos uma luz para eles!”

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Nozawa, originário da província de Okinawa, joga pela seleção nacional do Japão desde os 14 anos. Em 2023, ele jogou pelo F. C. Tokio.

“Gostaria de expressar minha sincera gratidão por cada bênção que o Senhor preparou e colocou em nosso caminho nesta temporada,” escreveu ele em uma postagem no Instagram, no final do ano passado. “Mesmo quando os tempos são difíceis, quando as coisas não vão bem e fazemos coisas que desagradam ao Senhor, seu amor imutável é verdadeiramente maravilhoso. É por isso que adoro ao Senhor.”

Natação

Adam Peaty, Grã-Bretanha

Adam Peaty venceu os 100 metros peito masculino nas Olimpíadas do Rio e de Tóquio, e também conquistou oito medalhas de ouro em campeonatos mundiais. Mesmo assim, o nadador britânico enfrentou grandes lutas pessoais, entre elas a depressão e o alcoolismo.

Ele se tornou cristão em 2022, depois que uma lesão no pé o afastou das piscinas. Ele começou a frequentar a igreja regularmente, após um encontro com o capelão Ashley Null, e essa nova rotina “parecia a peça que faltava no quebra-cabeça”, disse ele. Hoje, ele exibe uma grande tatuagem de cruz no abdômen, acompanhada das palavras “Into the Light” [Na luz].

Caeleb Dressel, EUA

Caeleb Dressel diz que a tatuagem de águia em seu ombro faz referência a Isaías 40: “mas aqueles que esperam no Senhor renovam as suas forças. Voam bem alto como águias; correm e não ficam exaustos, andam e não se cansam” (v. 31).

Considerado sucessor de Michael Phelps, Dressel está bem encaminhado para viver à altura dessa falma. Em Tóquio, ele levou para casa cinco medalhas de ouro.

No entanto, sua jornada nem sempre foi tranquila. Antes das últimas Olimpíadas, Dressel se viu lutando contra depressão e ataques de pânico. A pressão para estar à altura de um dos nomes mais conhecidos do esporte pesava muito sobre ele.

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Mas sua fé o ajudou a sair dessa situação. “Eu realmente aprendi a ver a luz no fim do túnel e a confiar no que Deus está fazendo, seja um momento difícil ou um momento de sucesso em minha vida”, disse ele.

Georgia-Leigh Vele, Papua-Nova Guiné

Quando recebeu a medalha de bronze nos 50 metros peito feminino, nos Jogos do Pacífico de 2023, Georgia-Leigh Vele, 25 anos, disse: “Eu estava esperando por isso. Você nunca sabe o que pode acontecer, mas eu tentei fazer o melhor e Deus fez o resto.”

Para Vele, ser atleta a levou a sentir gratidão e contentamento. “Rendo-me completamente ao Senhor com gratidão e louvor”, escreveu ela, no ano passado. “É uma coisa incrível quando você encontra aquele lugar onde sabe que pode estar e estará por causa d’Ele.”

A estreante olímpica competirá nos 50 metros livre em Paris, continuando o legado da família no campo da natação competitiva.

Taekwondo

Lolohea Naitasi, Fiji

O taekwondo não foi o primeiro amor de Lolohea Naitasi. A jovem de 17 anos começou jogando netball, mas descobriu a arte marcial coreana em uma aula de educação física na escola, há três anos, e continuou praticando esse esporte após ganhar uma bolsa de estudos.

Ela conquistou uma medalha de prata em sua primeira participação nos Jogos do Pacífico, no ano passado, e a medalha de prata no torneio de qualificação deste ano garantiu sua vaga em Paris.

“A preparação para a Olimpíada não é fácil, mas quando você coloca Deus em primeiro lugar, tudo — tudo é possível”, disse ela.

Atletismo

Julien Alfred, Santa Lúcia

“Considero que os nossos sofrimentos atuais não podem ser comparados com a glória que em nós será revelada.” (Romanos 8.18). Julien Alfred, uma estrela em ascensão do atletismo de Santa Lúcia, por duas vezes escolhida a atleta do ano em seu país, destaca este versículo em seu perfil do Instagram.

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Alfred conquistou a medalha de prata nos 100 metros rasos feminino, nos Jogos da Commonwealth de 2022. Em 2024, ela terminou em primeiro lugar na final dos 60 metros, no Campeonato Mundial de Atletismo Indoor [em pista coberta].

Enquanto se prepara para correr os 100 (e talvez os 200) metros, ela acredita que sua fé em Deus e seu trabalho árduo podem colocá-la entre as melhores. “Sou uma mulher de Deus forte e trabalhadora, e isso me fez quem sou”, disse ela. “É por isso que estou aqui hoje.”

Rasheed Broadbell, Jamaica

O atleta jamaicano Rasheed Broadbell, 23 anos, destaca-se nos 110 metros com barreiras, tendo conquistado a medalha de ouro na prova dos Jogos da Commonwealth de 2022.

A performance notável de Broadbell criou expectativas para o Campeonato Mundial de Atletismo de 2023. Contudo, nas eliminatórias, ele bateu em várias barreiras e caiu.

Apesar desses desafios, Broadbell expressou gratidão a Deus. “Essa jornada tem sido uma montanha-russa até agora; [sou] grato por cada parte dela. Acima de tudo, só agradeço a Deus por me guiar em cada trecho dela.”

Refletindo sobre sua qualificação como corredor de barreiras para Paris, ele compartilhou no Instagram: “Abençoado por fazer parte da minha terceira seleção nacional, mas super grato por ter chegado a meus primeiros Jogos Olímpicos. Se eu tivesse que contar a história de como cheguei aqui sem os vídeos da corrida, pareceria insano, mas Deus continua a fazer seus milagres em minha vida e estou verdadeiramente honrado em mostrar o que o Senhor fez por mim.”

Olivia Lundman, Canadá

Olivia Lundman, 21 anos, participará da primeira corrida de revezamento misto de marcha atlética da história das Olimpíadas, ao lado de seu companheiro de equipe e treinador, o medalhista olímpico Evan Dunfee. No evento de qualificação em abril, Lundman lutou nos últimos 10 quilômetros e vomitou duas vezes. Mas ela se forçou a continuar e terminou entre os 22 primeiros lugares para se qualificar para os Jogos. “Sinto-me incrivelmente abençoada por ter esta oportunidade e estou empolgada para a jornada que está por vir”, escreveu Lundman no Instagram.

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Lundman também fundou o Beneath the Surface [Por baixo da superfície] para compartilhar histórias de jovens que convivem com desafios de saúde mental. “Aprendi a me abrir com os outros, a abraçar quem sou e a me apoiar na minha fé”, escreveu ela. “É algo em que ainda tenho de trabalhar todos os dias, mas sei que fui colocada neste planeta por uma razão.”

Durante um sermão em sua igreja, em novembro passado, Lundman testemunhou que a oração a ajudou em meio às suas experiências de depressão e ansiedade. “Quando eu estava lutando, costumava pensar: Deus, por que você me abandonou? Onde você está? Não percebi que, durante esses momentos de luta, ele era o único que me fazia seguir em frente e me carregava a cada dia.”

Sydney McLaughlin-Levrone, EUA

Sydney McLaughlin-Levrone quebrou seu próprio recorde mundial por três centésimos de segundo, nas provas olímpicas dos EUA, em junho, correndo os 400m com barreiras em 50,65 segundos. Sua performance a distanciou da segunda colocada por quase dois segundos.

McLaughlin-Levrone estabeleceu o recorde mundial dos 400m com barreiras cinco vezes desde 2021. Em Tóquio, ela trouxe para casa duas medalhas de ouro, uma nos 400 metros com barreiras e outra no revezamento 4x400. Em 2022, a World Athletics a escolheu como atleta do ano, ao lado do saltador com vara sueco Mondo Duplantis.

Enquanto redefine os limites de seu esporte, McLaughlin-Levrone sempre aponta para sua fé. “Louvado seja Deus”, disse ela, após estabelecer seu recorde em junho. “Eu não esperava isso. Ele pode fazer qualquer coisa. Tudo é possível em Cristo.”

McLaughlin é extremamente expressiva sobre sua fé, agradecendo a Deus e dando-lhe glória em quase todas as entrevistas que fez em sua carreira atlética vitoriosa. Sua conta no Instagram está repleta de versículos e citações extraídas de livros cristãos. Entre os destaques do seu Instagram estão trechos de suas passagens favoritas da Bíblia e fotos de sua Bíblia com passagens sublinhadas e anotações pessoais.

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Tarsis Orogot, Uganda

Os corredores de longa distância de Uganda colocaram o país no mapa como uma potência do atletismo. Este ano, Tarsis Orogot pode tornar seu país famoso nas provas de velocidade. Estudante na Universidade do Alabama, o recordista nacional dos 100 e 200 metros se descreve como “apenas um garoto com um sonho.” Mas suas fortes atuações no Campeonato de Atletismo da NCAA podem transformar esse sonho em realidade.

Fora das pistas, Orogot é conhecido por sua paixão por meias e diz que geralmente leva 15 pares para as competições, incluindo meias com estampas do Sonic, Bob Esponja e Vingadores. “Quando corro mais rápido, geralmente estou usando as meias com asas,” disse ele ao Olympics.com.

Apesar desse lado brincalhão, quando seus treinos o levaram a se mudar de Uganda para o Quênia, e depois para os EUA, ele escreveu: “Toda glória e louvor ao Deus altíssimo.”

Marileidy Paulino, República Dominicana

Ao contrário de muitos atletas profissionais que começam suas carreiras na infância, Marileidy Paulino, representante da República Dominicana no atletismo, começou sua jornada aos 19 anos como uma forma de sustentar a família.

Uma ex-corredora descalça, Paulino se tornou medalhista olímpica de prata nos 400 metros individuais e no revezamento 4x400 (Tóquio 2020). Além disso, ela conquistou três medalhas nos Campeonatos Mundiais de Atletismo.

Em 2021, Paulino chamou atenção por uma mensagem em seus tênis: “Deus é minha esperança. Amém.” Mais tarde, uma imagem da atleta segurando a bandeira da República Dominicana e a Bíblia foi um dos momentos mais marcantes dos Jogos de Tóquio.

“Carrego a Bíblia comigo porque tenho fé em Deus e Ele tornou possível eu conquistar essa medalha,” explicou. “Dedico-a ao povo dominicano e os incentivo a acreditar em Deus porque só Ele é nossa esperança.”

Yemisi Magdalena Ogunleye, Alemanha

Yemisi Ogunleye é uma arremessadora de peso da Alemanha cujo perfil no Instagram declara audaciosamente: “NÃO EU, MAS JESUS EM MIM.” Ogunleye conquistou uma medalha de prata no Campeonato Mundial Indoor deste ano, com seu recorde pessoal de 20,19 metros, além de ter levado prata em duas outras competições europeias e bronze no Campeonato Europeu.

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A fé de Ogunleye a sustentou tanto em períodos de lesões quanto nos de sucesso. “Sou amada do jeito que sou,” disse ela. “Com ou sem medalha, tenho valor.”

Filha de pai namibiano e mãe alemã, Ogunleye já falou sobre ter enfrentado comportamentos racistas. No entanto, ela permaneceu fiel a Deus e ao chamado dele para sua vida. “Sei que Deus preparou o caminho, assim, toda a glória seja dada a Jesus,” disse ela.

Vôlei

Micah Christenson, EUA

Conhecido como o “Homem de Aço” nas quadras, Micah Christenson está pronto para seus terceiros Jogos Olímpicos. Como atleta que compete contra os melhores do mundo, o levantador aprendeu a gerenciar seu próprio estresse quando joga.

“Sou cristão,” disse ele. “Acredito em Deus e sei que conquisto muita liberdade por essa minha fé em Deus. Quando estou lá [na quadra], eu me sinto livre para tomar diferentes decisões e correr um pouco de risco porque sei onde está minha identidade e que o amor sempre estará lá.”

Pai de três filhos, Christenson disse que a experiência de ser pai o ajudou a construir relacionamentos mais próximos com seus colegas de equipe que também são pais. Ele acrescenta que ter filhos lhe deu uma nova perspectiva sobre o esporte e que está empolgado por vê-los assistir o pai competindo este ano.

Nyeme Nunes, Brasil

Nyeme Nunes é carinhosamente chamada de “doutora Nyeme” pelos fãs brasileiros. Esse apelido não é um elogio às suas conquistas acadêmicas, mas um testemunho de sua habilidade nas quadras — ela gerencia a equipe toda, como um médico cuidando de um paciente.

Nyeme começou a jogar vôlei aos 9 anos, por influência da mãe, que a levava para praticar o esporte nas ruas de sua cidade natal, Barra do Corda, no estado nordestino do Maranhão. Aos 13 anos, ela já fazia parte de um time adulto. Desde 2015, ela joga pela Seleção Brasileira e conquistou várias medalhas de prata com a equipe. Em 2017, ela foi escolhida a melhor líbero do Campeonato Mundial Sub-20.

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Nyeme celebrou suas conquistas postando versículos bíblicos em suas redes sociais. Após vencer o Campeonato Sul-Americano de Clubes este ano com seu time, ela compartilhou o Salmo 147.11: “O Senhor se agrada dos que o temem, dos que depositam a esperança no seu amor leal.”

Levantamento de peso

David Liti, Nova Zelândia

Após uma temporada desanimadora em 2017, David Liti conquistou a medalha de ouro nos Jogos da Commonwealth de Gold Coast, em 2018, quando levantou um total combinado recorde de 403 quilos. Surpreso com a vitória, ele chorou no chuveiro por uma hora, perguntando a Deus o que ele estava tentando lhe dizer.

O atleta tonganês-neozelandês percebeu que nunca esteve sozinho. “Deus me deu todos esses desafios para que eu pudesse melhorar, para que eu pudesse estar pronto quando ganhasse,” disse ele.

Liti competiu em Tóquio, ficando em quinto lugar no levantamento de peso na categoria de 109 quilos. Para os próximos jogos, o atleta de 27 anos brincou que espera ficar conhecido como um “comedor profissional de croissants” durante sua estadia. Ele também afirmou: “Sou abençoado por fazer o que amo com todo o meu potencial e estou animado para ir lá e representar todos que fizeram parte dessa jornada.”

Don Opeloge, Samoa

Depois de estabelecer um novo recorde nos Jogos do Pacífico do ano passado, e ganhar ouro na categoria masculina de 102 quilos, a primeira coisa que Don Opeloge fez foi agradecer a Deus por lhe dar força. O atleta de 25 anos atribuiu seu sucesso a Deus: “Eu só queria louvar a Deus por me dar a força e a confiança que me guiam a fazer o meu melhor para conquistar essas medalhas de ouro para Samoa.”

Opeloge planejava competir em Tóquio, mas não pôde participar porque o governo samoano manteve seus atletas em casa, devido à pandemia de COVID-19. Quando se qualificou para Paris, em abril, Opeloge disse a mesma coisa: “Toda a glória a Deus pela força e por sempre estar comigo ao longo da minha jornada.”

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Don não é o único Opeloge a chegar às Olimpíadas. Sua irmã Mary representou o país no Rio, enquanto outra irmã, Ele, recebeu a única medalha olímpica de Samoa (uma medalha de prata) nos Jogos de Pequim, em 2008, após duas atletas serem desclassificadas por doping.

“Qualquer que seja o talento que Deus lhe deu, ele deve ser encarado como algo para servir a Deus, sua família e Samoa,” disse Opeloge.

Yenni Álvarez, Colômbia

Aos 13 anos, Yenny Álvarez se qualificou para sua primeira competição nacional. O único problema era que ela não tinha documento de identidade nem certidão de nascimento. A adolescente estava vivendo com uma tia, depois que sua mãe morreu e seu pai a abandonou. Somente com a ajuda de seu treinador ela conseguiu passar pelas complexidades da burocracia governamental, obter os documentos necessários para viajar e competir.

Agora, Álvarez competirá na categoria de levantamento de peso de 59 quilos em Paris. Depois de subir nas classificações do levantamento de peso, em 2015 Álvarez testou positivo para a poresença de boldenona e foi banida das competições por cinco anos. No entanto, ela continuou a treinar. No ano passado, ela quebrou o recorde pan-americano em sua categoria de peso e celebrou sua vitória no Instagram: “Graças a Deus, que nos dá a vitória por meio de nosso SENHOR JESUS CRISTO!” Álvarez garantiu sua vaga nas Olimpíadas em abril, quando ficou em terceiro lugar na Copa do Mundo.

No início deste ano, o Comitê Olímpico Colombiano a escolheu como atleta do ano. Álvarez comemorou a honra postando João 3.27 em suas redes sociais: “Ninguém pode receber coisa alguma, a menos que lhe seja concedida do céu”.

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