No início deste ano, muitos de nós assistimos a cenas da trágica colisão e colapso da Ponte Francis Scott Key, em Baltimore, que levou à perda de muitas vidas e causou enormes danos e transtornos.

À medida que as imagens do episódio surgiam, era impressionante ver como a ponte pareceu desabar de imediato, por inteiro. Dá a impressão de que tudo aconteceu de uma vez só. A ponte foi construída sem quaisquer estruturas de suporte secundárias. A tragédia revelou que todos os suportes que nela existiam eram essenciais. Derrube qualquer um deles e toda a estrutura desabará.

Podemos dizer algo semelhante sobre o ensinamento de Paulo em 1Coríntios 6.9-11, um dos textos-chave da Bíblia que abordam a questão da sexualidade entre pessoas do mesmo sexo. Este não é o único foco do texto — Paulo está falando sobre vários pecados —, mas, ainda assim, ele fornece fundamentos essenciais sobre como devemos abordar essa questão como cristãos.

Nas culturas contemporâneas ocidentais (e cada vez mais nas não ocidentais), a plena afirmação das identidades sexuais LGBTQ e de seus respectivos estilos de vida é um teste decisivo para a aceitação social. Quando eu estava na universidade, em meados da década de 1990, Bill Clinton ainda afirmava que o casamento era [uma união] entre um homem e uma mulher. No campus de universidades seculares de hoje, vozes politicamente conservadoras que defendem o casamento tradicional são raras e combatidas com virulência. É cada vez mais intensa a pressão cultural sobre as igrejas, para que adotem uma postura afirmativa.

Em meio ao clima atual, a igreja não pode se dar ao luxo de negligenciar as palavras do apóstolo Paulo. Ele levanta cinco pontos vitais em 1Coríntios 6 sobre a sexualidade entre pessoas do mesmo sexo. E não desperdiça palavras. Cada faceta de seu ensino precisa ser sustentada em conjunto com as demais, como as estruturas de suporte vitais de uma ponte. Negligenciar qualquer uma delas que seja desestabilizará toda a nossa abordagem.

Enquanto aborda a questão das disputas legais entre cristãos, em 1Coríntios 6, Paulo insere uma pergunta incisiva: “Vocês não sabem que os injustos não herdarão o reino de Deus?” (v. 9).

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Claramente, o reino é o governo amoroso de Deus sobre seu povo, que começa em Cristo e um dia virá em toda a sua plenitude. É a vida para a qual fomos criados, é o mundo como deveria ser. É o que milhões de pessoas desejam inconscientemente, todas as vezes que dizem que “a vida não deveria ser assim”. É o que podemos receber por meio da morte e da ressurreição de Jesus. Seja lá o que for que uma pessoa possa perder na vida, nada seria mais trágico e mais devastador do que deixar de herdar o reino de Deus. A aposta não poderia ser mais alta.

Depois de fazer uma afirmação genérica sobre “os injustos”, Paulo fornece alguns exemplos específicos:

“Não se deixem enganar: nem os sexualmente imorais, nem os idólatras, nem os adúlteros, nem homens que têm relações sexuais com outros homens, nem os ladrões, nem os avarentos, nem os alcoólatras, nem os caluniadores, nem os trapaceiros herdarão o reino de Deus.” (v. 9-10)

Os dois termos gregos traduzidos aqui como “homens que têm relações sexuais com outros homens” são malakoi e arsenokoitai — literalmente, “delicados” ou afeminados e “homens que levam outros homens para a cama”, referindo-se respectivamente aos participantes passivo e ativo na relação homossexual. Arsenokoitai é a combinação de duas palavras usadas na tradução grega de Levítico 18.22 e 20.13, passagens que condenam um homem deitar-se com outro homem “como quem se deita com uma mulher”.

Paulo não dá nenhuma indicação de que está se referindo apenas a atividades sexuais entre pessoas do mesmo sexo que sejam forçadas ou não consensuais (algo que era comum no mundo antigo); sua linguagem é ampla e abrange todas as condutas sexuais entre pessoas do mesmo sexo. Paulo não está mudando as regras, nem introduzindo uma inovação; ele está simplesmente alinhado com o que a Escritura sempre disse: que a intimidade sexual entre pessoas do mesmo sexo é pecaminosa. Na Nova Aliança, o desígnio de Deus para a sexualidade humana continua o mesmo.

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Os evangélicos estão acostumados a divergir sobre questões de importância secundária [coisas não essenciais]. A própria Bíblia fala sobre como alguns tópicos podem ser assuntos passíveis de discussão, sobre os quais cristãos sinceros chegam a diferentes conclusões com boa consciência (Romanos 14). Podemos ter convicções divergentes sobre, por exemplo, os detalhes que cercam a volta de Cristo, sobre se todos os dons espirituais milagrosos ainda estão operantes na igreja hoje ou sobre a idade apropriada para batismo (e o modo de batizar).

Nossa necessidade de concordar em discordar pode nos levar apressadamente a presumir que qualquer questão sobre a qual os cristãos tenham divergências deve, por definição, ser de importância secundária. Mas Paulo nos mostra que esse não é o caso com a sexualidade entre pessoas do mesmo sexo.

Nenhum pecado é banal, pois todo pecado é, em última análise, uma rebelião contra Deus (1João 3.4). Mas, ao incluir a sexualidade entre pessoas do mesmo sexo nesta lista, Paulo nos mostra o quão profundamente sério é esse pecado. A eternidade está em jogo.

Ele não só enfatiza as implicações eternas de não se arrepender disso, como também alerta seus leitores para que não se deixem enganar a respeito disso.

Paulo espera que vozes dentro ou ao redor da igreja em Corinto preguem o contrário do que ele está escrevendo. Certamente ouvimos muitas dessas vozes na igreja de hoje, afirmando não apenas que é correto permitir para cristãos relacionamentos entre pessoas do mesmo sexo, mas até mesmo que esses relacionamentos recebem a bênção de Deus. Paulo, porém, é claro e cristalino em sua mensagem. Abençoar o que Deus condena é impedir que pessoas entrem no reino — é enviá-las para a destruição. A homossexualidade não é uma questão banal.

Um leitor atento dessa passagem poderia apontar, com razão, que a referência de Paulo à sexualidade entre pessoas do mesmo sexo está inserida em uma lista de vários pecados, tanto sexuais (como a imoralidade sexual e o adultério) quanto não sexuais (como a embriaguez e a avareza). Todos desqualificam a pessoa para herdar o reino de Deus. Esses pecados são muito diferentes, mas são todos igualmente graves.

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Esta não é a única vez que a sexualidade entre pessoas do mesmo sexo é abordada no contexto de outros pecados variados. Em Levítico, as duas proibições contra ela aparecem no contexto de outras formas de pecado sexual. É descrita como uma abominação (o que destaca a sua gravidade), mas não é o único comportamento a ser descrito dessa maneira. Provérbios, por exemplo, lista a língua mentirosa, a arrogância e o homicídio como sendo igualmente abomináveis (6.16-19).

No Novo Testamento, continuamos a ver a sexualidade entre pessoas do mesmo sexo listada entre outros pecados. Em 1Timóteo 1.9-10, assim como em 1Coríntios 6, essa questão é incluída ao lado de pecados sexuais e não sexuais (como perjúrio e agredir os pais). Mesmo em Romanos 1, onde a atração por pessoas do mesmo sexo recebe certa proeminência, isso ocorre precisamente porque é emblemática de algo que é verdade sobre todos nós — ou seja, trocamos o que é natural e divinamente ordenado pelo que é antinatural e transgressivo — e é parte do precedente de que todos pecaram e carecem da glória de Deus (Romanos 3.23).

O fato de referências bíblicas mencionarem a sexualidade entre pessoas do mesmo sexo junto com formas muito diferentes de pecado demonstra que ela não está em uma categoria própria. Devemos ter cuidado para não destacá-la de uma maneira que possa sugerir que ela está [em uma categoria própria].

Quando precisarmos mencionar a homossexualidade (como certamente precisamos na cultura de hoje), devemos seguir o exemplo dos autores bíblicos e mencioná-la junto com outros pecados igualmente graves. Parte do nosso compromisso com a autoridade das Escrituras é refletir seu equilíbrio e sua proporcionalidade, não atribuindo peso indevido a uma parte de seu ensino nem negligenciando outras partes.

Em algumas das conversas recentes sobre relacionamentos entre pessoas do mesmo sexo, fiquei impressionado com duas coisas. Primeiro, os líderes evangélicos gostam de usar o termo teológico concupiscência no contexto da sexualidade; mas ainda não o vi ser usado em conexão com qualquer outro pecado.

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Concupiscência é a ideia de que não apenas nossos atos, mas também nossos desejos são caídos e pecaminosos. Talvez vejamos isso de forma mais notória no ensino de Jesus de que olhar para alguém com intenção lasciva equivale a cometer adultério (Mateus 5.28). Não são apenas os atos sexuais físicos que podem ser pecaminosos, mas os mentais também. (De fato, é difícil resistir a um pecado físico depois de encená-lo mentalmente).

Assim, o desejo sexual entre pessoas do mesmo sexo é pecado em forma de luxúria ou idolatria emocional. Isso precisa ser dito, quando muitos no mundo evangélico querem afirmar que esses desejos são, de alguma forma, neutros. O conceito de concupiscência, porém, parece aplicar-se de forma tão rigorosa a esse pecado, e não a outros.

Uma segunda coisa me deixou impressionado em conversas recentes sobre relacionamentos entre pessoas do mesmo sexo: tenho me perguntado por que tantas vozes que condenam especificamente a atração por pessoas do mesmo sexo não condenam outros pecados com a mesma paixão.

Quando algumas denominações estão discutindo a desqualificação para o ministério de candidatos que lutam contra o desejo por pessoas do mesmo sexo (e estão se arrependendo disso), eu me pergunto por que o mesmo não é dito sobre aqueles que podem estar lutando contra a ganância, por exemplo. Se a justificativa para tal desqualificação é que a cultura ocidental está promovendo e celebrando a atração entre pessoas do mesmo sexo, então, eu sugeriria que o mesmo deve ser dito sobre a ganância. Nem tudo sobre a ganância é aplicável à relação entre pessoas do mesmo sexo, mas quem pode negar a forma como a nossa cultura faz prosperar e alimenta a ganância?

As duas coisas distorcem o que Deus nos deu na criação. Um nega a boa distinção feita na criação entre homem e mulher, tentando torná-los intercambiáveis no sexo e no casamento. O outro faz o mesmo com a distinção entre céu e terra, pensando que podemos transformar a terra em céu puramente por obter algo. Colocando a questão de outra forma, o que está atraindo mais pessoas para a idolatria e afastando-as do reino de Deus: a homossexualidade ou a ganância?

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Ou quando foi a última vez que você ouviu um pastor pregar contra a calúnia (que Paulo também menciona em 1Coríntios 6.10)? O discurso evangélico e reformado (especialmente nas redes sociais) está repleto de calúnias, difamação e acusação.

Todos os pecados mencionados por Paulo são merecedores de nossa reflexão cuidadosa e sóbria. Todos nós lutamos contra algo que está listado ali. Devemos ficar mais angustiados e preocupados com nossos próprios pecados.

Image: Illustration by Alex Nabaum

Em um mundo caído, cada cultura caída estará mais inclinada a determinados pecados do que a outros. Líderes cristãos frequentemente se verão tendo que tratar de alguns pecados com mais frequência do que de outros, simplesmente em resposta às mensagens da cultura. Não há dúvida de que, atualmente, a atração por pessoas do mesmo sexo está sendo fortemente promovida nas instituições ocidentais. Em razão disso, não é surpresa que estejamos vendo mais pecado sexual entre pessoas do mesmo sexo no mundo ao nosso redor.

Quando se faz grande propaganda de determinado pecado, isso não só fornece legitimidade para aqueles que já estão inclinados a cometê-lo, como também encoraja outros a cometê-lo, mesmo pessoas que, de outra forma, nunca o cometeriam. (Um exemplo disso é o crescimento explosivo de jovens que se identificam como não-binários, especialmente o fenômeno da disforia de gênero). A igreja deve se posicionar de forma mais firme sobre esse assunto. É necessário responder ao que está sendo imposto a nós pela cultura.

Mas seria errado concluir, com base nisso, que a homossexualidade é um problema apenas ocidental. No ano passado, tive o privilégio de participar de uma conferência para anglicanos de todo o mundo, organizada pela maravilhosa liderança da Igreja Anglicana de Ruanda. Foi emocionante nos reunirmos, adorarmos e nos aconselharmos com uma ampla gama de crentes culturalmente tão diversos. Eu liderei um workshop sobre a teologia do corpo e como ela se aplica às discussões sobre sexualidade e gênero.

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Várias vezes durante a conferência, ouvi líderes dizerem que a atração por pessoas do mesmo sexo não é um problema em países não ocidentais. Um deles me disse diretamente: “Isso não é problema na África.”

Mas a inclusão desse tema por Paulo em 1Coríntios 6 nos lembra que não se trata apenas de um problema ocidental contemporâneo. É uma questão relativa ao ser humano caído. Embora possa não ser tão predominante em outras partes do mundo, isso não significa que seja inexistente lá. Na verdade, frequentemente sou procurado por crentes africanos que lutam com a atração por pessoas do mesmo sexo e procuram maneiras de encontrar ajuda.

Assim como a ganância, o roubo e a embriaguez, a atração por pessoas do mesmo sexo existia na antiga Corinto e existe hoje. Não devemos nos surpreender ao ver qualquer desses pecados mencionados por Paulo emergindo em qualquer coração humano. A atração por pessoas do mesmo sexo não é algo inesperado.

Em seguida, Paulo faz uma inversão abrupta e bela, após condenar o pecado: “Assim foram alguns de vocês.”, ele diz (1Coríntios 6.11). Os leitores de Paulo mudaram e de forma decisiva. A transformação já aconteceu.

Paulo não listou pecados aleatórios. Estes são pecados contextuais nos quais os cristãos coríntios viviam; são pecados que os definiam. No entanto, Deus interveio. Assim foram alguns de vocês. O que eles eram antes, já não são mais. Paulo explica o que justifica essa mudança dramática: “Mas vocês foram lavados, foram santificados, foram justificados no nome do Senhor Jesus Cristo e no Espírito de nosso Deus” (v. 11).

Os coríntios foram lavados: Deus os purificou de seus pecados por meio do sangue derramado por Cristo. O que deveria contar contra eles foi retirado. Como Paulo coloca em outra passagem, Deus “nos perdoou todas as transgressões, e cancelou a escrita de dívida, que consistia em ordenanças, e que nos era contrária.” (Colossenses 2.13-14).

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Eles foram santificados: Deus não apenas os purificou, mas também fez deles nova criatura e os separou como seus. Uma mudança decisiva ocorreu em sua relação com o pecado. Eles não estão mais sob seu domínio e controle, escravizados a seus desejos e caminhos.

E foram justificados: Deus os declarou justos diante dele, absolvidos e livres de qualquer acusação que pudesse ser levantada contra eles. Agora, Deus pode ser eternamente favorável a eles.

Essas palavras dão a todos os cristãos um profundo encorajamento. Pecados não são incontornáveis. Os coríntios precisavam ser lembrados disso, e nós também. Muitos desses pecados podem parecer impossíveis de superar. Frequentemente, a mentira do Maligno é que determinado pecado faz parte da nossa identidade, que não vale a pena tentar negá-lo ou viver de maneira diferente.

Mas a gloriosa verdade é vista no contraste dramático entre o que esses coríntios foram e quem eles são agora. Isso nos dá grande esperança para aqueles que conhecemos e que parecem estar presos ao pecado sexual com pessoas do mesmo sexo. Não há pecados incontornáveis.

Um dos tristes padrões que se repetem na Bíblia é o povo de Deus sendo tentado a voltar para algo do qual já foram libertos. Os israelitas no Antigo Testamento, depois de serem poderosamente libertos da escravidão no Egito, anseiam voltar para ela.

E os membros da igreja de Corinto ainda precisam ser advertidos sobre a gravidade dos pecados dos quais foram tão gloriosamente convertidos. Eles precisam ser lembrados de que aqueles que continuam no pecado correm o risco de serem excluídos do reino de Deus. Eles precisam ser alertados sobre as vozes que buscam enganá-los.

Os cristãos ainda podem ser tentados por pecados do passado, mesmo após a conversão. Deus nos fez novas criaturas, mas ainda continuamos a sentir a presença da nossa carne pecaminosa.

Quando me mudei para o outro lado da cidade, alguns anos atrás, passei os primeiros dias dirigindo de volta para minha antiga casa, no meu antigo bairro, por engano. Da mesma forma, não importa quão dramática seja a conversão, conservamos uma memória muscular de nossos pecados passados.

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Cristãos que vieram de um contexto gay não devem se surpreender se ainda sentirem algum resquício de desejo por esse pecado, mesmo que tenham rompido decisivamente com ele em seus corações. A vida cristã saudável não é evidenciada pela ausência de lutas contra o pecado, mas sim por uma guerra aberta contra ele (Gálatas 5.17). Somos chamados a “mortificar os atos do corpo” (Romanos 8.13), o que não precisaria ser dito se fôssemos agora imunes a esses mesmos atos.

Ao considerarmos os pecados listados por Paulo em 1Coríntios 6.9-10, podemos descobrir que um ou mais deles continuam a ser uma espécie de tentação de longo prazo para nós. Pode haver pessoas em nossas igrejas que, embora sejam profundamente convertidas a Cristo e estejam crescendo nele, continuam a sentir tentação em relação à atração por pessoas do mesmo sexo. Isso não coloca em dúvida a legitimidade de sua conversão nem a saúde de sua caminhada com o Senhor.

Como aqueles que foram lavados, santificados e justificados, ainda precisamos ser advertidos contra o pecado. Ainda não somos imunes a ele. Continuaremos a sentir a presença de nossa natureza pecaminosa, até recebermos nossos corpos da ressurreição, ressucitados em pleno poder e glória (1Coríntios 15.43), que serão semelhantes a Jesus, “pois o veremos como ele é” (1João 3.2). Enquanto isso não acontece, continuamos a caminhar, justificados, mas ainda vulneráveis; libertos, mas ainda não totalmente livres; tentados, mas, ainda assim, regozijando-nos.

As cinco declarações de verdade em 1Coríntios são fundamentos cruciais para uma perspectiva bíblica saudável sobre a atração por pessoas do mesmo sexo. Devem ser mantidas juntas. Negligenciar qualquer uma delas resultará na perda dessa saúde.

Negligenciar o claro ensino das Escrituras de que aqueles que praticam a homossexualidade não herdarão o reino dos céus é enviar homens e mulheres à destruição e negar-lhes a bênção do arrependimento. Tratar a atração por pessoas do mesmo sexo como se fosse uma categoria singular de pecado é deixar que muitas pessoas se sintam fora do alcance da graça de Deus e fazer com que outras se sintam (igualmente de forma perigosa) superiores àqueles que experimentam atração pelo mesmo sexo. Alegar que a homossexualidade é um problema único pode fazer com que aqueles que se sentem atraídos por ela se sintam invisíveis. Como aqueles que são tentados pela atração pelo mesmo sexo ouvirão o evangelho, se ninguém sequer souber que eles estão lá?

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Em contrapartida, negar que a atração por pessoas do mesmo sexo é algo de que se pode escapar é negar o poder transformador do evangelho e deixar que pessoas pensem que seu pecado as define.

E remover o último pilar — negar que a tentação continua para o crente — daria pouco ou nenhum apoio pastoral a cristãos sinceros, que estão fugindo do pecado. Isso torna a confissão mais difícil, alimenta as labaredas da vergonha e deixa aqueles que são tentados ainda mais vulneráveis a ter uma recaída em relação ao próprio pecado que estão tentando evitar.

Temos tudo o que precisamos na Palavra escrita de Deus. Mas precisamos de tudo o que Deus tem a dizer sobre um tema tão urgente e pessoal. Precisamos nos recalibrar constantemente, voltando às Escrituras, aos seus alertas, às suas garantias e à sua esperança verdadeiramente incomparável.

Sam Allberry é pastor associado da Immanuel Nashville e autor de Is God Anti-Gay? [Deus é anti-gay?] e You’re Not Crazy [Você não é louco].

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